Conversa agradável
Que as suas conversas sejam sempre
agradáveis e de bom gosto! Colossenses 4.6
“Mas que
conversa boa eu tive hoje! ”
Quando foi que você disse isso pela última vez? Ou
quando foi que disse frase semelhante acerca de uma conversa com alguém? Com
algum familiar, alguém da comunidade, algum amigo ou amiga?
A recomendação do apóstolo Paulo aos participantes da
igreja em Colossos faz parte de uma série de orientações e conselhos éticos já
a partir do capítulo 3.
Precisamos reconhecer que, de modo geral, nossas
conversas raramente são agradáveis. Para continuar nessa linha de
raciocínio, talvez devêssemos perguntar o que seria uma conversa agradável e o
que seria uma conversa desagradável. Um dos critérios é avaliar os resultados
da mesma:
a)
resultados positivos (de uma conversa agradável) poderiam ser aumento de conhecimento e
informação, a solução de algum problema, um acordo, uma reconciliação, um
pedido de perdão, uma decisão conjunta, um planejamento, enfim, uma conversa
que traga alegria e satisfação para todos os envolvidos.
b)
resultados negativos (de uma conversa desagradável) poderiam ser: um desentendimento,
ofensas, confusão, sentimento de inferioridade, mentiras ou fofocas. Aliás,
sobre esse último exemplo vale sempre lembrar aquela preciosa recomendação: “Quem comigo fala dos outros, para os outros
fala de mim”.
Na tentativa de seguir a recomendação de Paulo aos
colossenses, lembremos alguns ingredientes
necessários para uma boa conversa:
c)
ter tempo e
saber ouvir a outra pessoa;
d)
respeitar a
outra pessoa, mesmo quando diverge da minha opinião;
e)
falar com
verdade e sinceridade, em amor.
Nos evangelhos, temos algumas conversas agradáveis de
Jesus. Uma que se destaca é a conversa com a mulher samaritana, João 4:
7Uma
mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: — Por favor, me dê um
pouco de água. 8(Os discípulos de Jesus tinham ido até a cidade
comprar comida.)
9A mulher
respondeu: — O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor
me pede água? (Ela disse isso porque os judeus não se dão com os
samaritanos.)
10Então
Jesus disse: — Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe
pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida.
11Ela
respondeu: — O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é
que vai conseguir essa água da vida? 12Nosso antepassado Jacó nos
deu este poço. Ele, os seus filhos e os seus animais beberam água daqui. Será
que o senhor é mais importante do que Jacó?
13Então
Jesus disse: — Quem beber desta água terá sede de novo, 14mas a
pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que
eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.
15Então a
mulher pediu: — Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e
não precisarei mais vir aqui buscar água.
16— Vá
chamar o seu marido e volte aqui! — ordenou Jesus.
17— Eu não
tenho marido! — respondeu a mulher. Então Jesus disse: — Você está certa ao
dizer que não tem marido, 18pois já teve cinco, e este que você tem
agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade.
19A mulher
respondeu: — Agora eu sei que o senhor é um profeta! 20Os nossos
antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que
Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo.
21Jesus
disse: — Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai
adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém. 22Vocês, samaritanos, não sabem o
que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus. 23Mas
virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão
adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o
adorem. 24Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo
em espírito e em verdade.
25A mulher
respondeu: — Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele
vier, vai explicar tudo para nós.
26Então
Jesus afirmou: — Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias.
Algumas
lições desta conversa:
a)
Em primeiro
lugar, Jesus a considera e respeita, mesmo que seja mulher (um judeu jamais
falava com mulher estranha em público),
b)
samaritana (era
de outro povo)
c)
de reputação
duvidosa (pela quantidade de maridos).
d)
Outro bom
ingrediente dessa conversa é que Jesus é sincero com a mulher, revelando o que
ela tentava esconder: “Você está certa ao dizer que não tem marido, pois já
teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido”.
Essa sinceridade de Jesus poderia ser motivo de vergonha para a samaritana, contudo foi
justamente o que fez ela começar a crer em Jesus. Depois disso, diz o
texto, ela deu testemunho de Jesus
em sua cidade, e muitos vieram a crer nele.
Assim, podemos concluir que o melhor resultado de uma
conversa agradável é quando pessoas são despertadas em sua fé e chegam a crer
em Jesus.
As palavras
têm poder!
Você com certeza já ouviu esta expressão em algum
momento da sua vida, não é mesmo?
Este ditado popular já encontra embasamento científico: ao escanear o cérebro de pessoas enquanto elas usam
palavras positivas para se expressar, pesquisadores descobriram que são
liberados hormônios responsáveis pelo bem-estar e a felicidade na corrente
sanguínea. Já quando uma pessoa se expressa através de palavras negativas, os
hormônios liberados pelo cérebro são aqueles responsáveis por sensações ruins,
como o estresse e a ansiedade.
Além disso a forma como nos comunicamos revela traços
da nossa personalidade e da nossa visão de mundo. Seja por meio de um bom dia,
um muito obrigado ou uma declaração de amor, as palavras que nos trazem
sensações e emoções positivas têm o poder de mudar o humor e nos transformar
por inteiro.
Esta disposição à positividade aumenta a resiliência
emocional do indivíduo, ou seja, a sua capacidade de retornar a um estado
mental de relaxamento e foco mesmo diante de adversidades.
Incorporar as palavras positivas ao nosso dia a dia,
em nossa comunidade, em nosso grupo, em família demonstra a nossa inteligência
emocional para lidar com as situações que se colocam à nossa frente.
Quando nos manifestamos de forma negativa, com palavras pesadas e de baixo calão,
mostramos descontrole emocional e falta de respeito pelas outras pessoas.
Isso leva ao desgaste nas relações interpessoais e culmina em prejuízos para a
vida pessoal.
Há um ditado Português que diz: “as palavras ferem mais do que uma espada”. Esta afirmação
demonstra o quanto as expressões de negatividade podem marcar e prejudicar as
relações pessoais.
Experiências negativas vivenciadas na infância e
adolescência, quando não
ressignificadas, nos acompanham ao longo de toda a vida e tendem a prejudicar
continuamente o nosso crescimento pessoal e profissional.
Quando somos ofendidos por palavras negativas,
passamos a acreditar nisso e podemos ter sérios prejuízos na nossa autoconfiança
e autoestima, de forma a mudar como tratamos as outras pessoas. É preciso ficar
atento para evitar que isso não aconteça.
Conclusão: E as nossas
conversas aproximam da fé ou afastam? Nossas conversas trazem comunhão ou
estimulam a não participação? Unem ou separam? Animam ou desanimam? Alegram ou entristecem?
Colossenses 4:5Sejam
sábios na sua maneira de agir com os que não creem e aproveitem bem o tempo que
passarem com eles. 6Que as suas conversas sejam sempre agradáveis e
de bom gosto, e que vocês saibam também como responder a cada pessoa!